A origem da Hélice Continua Monitorada

A origem da Hélice Continua Monitorada

A técnica de Hélice Contínua Monitorada se estabeleceu como um marco no avanço tecnológico das fundações profundas. Desenvolvida na década de 1950, essa metodologia de execução de estacas de concreto moldadas in loco emergiu como uma solução eficaz e confiável, superando desafios anteriormente encontrados com as tradicionais estacas escavadas. Uma das principais vantagens dessa técnica é a capacidade de executar em terrenos com presença de água, sem a necessidade de rebaixamento do lençol freático, além de proporcionar uma maior capacidade de carga lateral para as estacas, uma vez o alívio de pressões no solo é mínimo.

Contenção Realizada por Estacas em Hélice Contínua
Contenção Realizada por Estacas em Hélice Contínua

A origem dessa técnica remonta a uma patente solicitada por Raymond Patterson, da empresa Intrusion-Prepakt, em 1951. Inicialmente derivado dos processos de injeção de concreto sob pressão, o método utilizava uma hélice para penetrar solos rígidos ou densos. O tubo injetor de concreto era inserido ao lado da broca, permitindo a injeção do material durante a retirada de ambos. Esse processo foi aprimorado com a introdução de hélices de haste oca, aproximando-se do método atual. Com o vencimento da patente na década de 1970, a tecnologia se difundiu globalmente e passou por sucessivos aperfeiçoamentos até chegar ao procedimento utilizado hoje.

Diagrama Usado na Patente de Raymond Patterson

À medida que a hélice avança, o solo preenche seus vãos, proporcionando suporte lateral ao furo. Durante a retirada da hélice, o concreto é injetado por um método de bomba pressurizada através do núcleo oco, suportando o solo circundante.

Inicialmente, o concreto utilizado era uma argamassa preparada no local, composta por areia de alvenaria, cimento ensacado, cinza volante e aditivos para melhorar a fluidez. No entanto, essa composição limitava a resistência à compressão, além de restringir o comprimento e o diâmetro das estacas, resultando em uma capacidade de carga relativamente baixa e uma produção diária limitada. Com o avanço tecnológico do concreto, que possibilitou maior fluidez sem comprometer a resistência, a inserção de armadura nas estacas ampliou as possibilidades e capacidades da técnica de Hélice Contínua Monitorada.

Procedimento Moderno de Estaca em Hélice Contínua

Embora o processo pareça simples em termos de física, executores experientes sabem que pequenas variações nos materiais ou procedimentos podem impactar significativamente o desempenho das estacas. As primeiras máquinas utilizadas eram de baixa potência, gerando cerca de 20 kN.m de torque. Atualmente, a Gontijo Fundações, líder dessa tecnologia no Brasil, dispõe de equipamentos com até 310 kN.m de torque, capazes de produzir estacas com diâmetros de até 120 cm e profundidades de até 37 metros.

Dessa forma, a tecnologia de Hélice Contínua Monitorada consolidou-se como uma técnica de fundação reconhecida e respeitada globalmente, garantindo eficiência, segurança e capacidade para enfrentar os desafios da construção civil.

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