Contenção em Hélice Contínua Tangencial

Contenção em Hélice Contínua Tangencial.

Entenda como foi possível, na região central de Belo Horizonte, conter dois subsolos, fazer o corte e ainda realizar a fundação, superando expectativas.

O desafio de qualquer construção é entregar o produto final no tempo e valor determinados, conforme expectativas dos clientes. Isso é uma regra de ouro e dificilmente vai mudar nas próximas décadas. Por isso, meus caros leitores, trago-lhes um exemplo de como é possível, não só atingir as expectativas, mas também superá-las.

Em fevereiro de 2021, um dos nossos clientes havia nos solicitado uma cotação para uma cravação de perfis metálicos na Rua Santa Rita Durão, Bairro Funcionários, Belo Horizonte. O projeto arquitetônico apresentava uma desafiadora contenção de dois subsolos, com pé-direito total de seis metros, além dos empuxos provenientes dos vizinhos no local.

E foi na visita em campo que o jogo mudou…

O Desafio

A equipe técnica da Gontijo Fundações percebeu, na visita técnica preliminar, que as divisas apresentavam graves adversidades para a modalidade escolhida pelo cliente:

• Muros de divisas precários, já apresentando sinais de patologias, como trincas e movimentos de descolamentos;
• Casa antiga, com grandes riscos de apresentar patologias, como consequência das vibrações das cravações;
• O fundo da obra apresentava um dos maiores riscos que uma contenção de seis metros poderia ter à montante: uma profunda piscina de mergulho profissional. Importante salientar que essa piscina não estava na mesma cota do terreno natural do cliente. Sua posição estava acima da referida cota, ou seja, causava uma enorme sobrecarga no empuxo das seções do fundo do empreendimento (ver figura 1), além de se tornar um outro ponto de preocupação executiva.

O cliente estava lidando com uma situação que, em caso de grandes quantidades de vibrações em curto período de tempo (cargas monocíclicas), como no caso das cravações de estacas, uma fissura poderia acontecer na base da piscina, causando um vazamento à jusante. Com isso, haveria uma piora considerável na situação da contenção, aumentando o deslocamento de topo das estacas e gerando um gravíssimo problema estrutural, conforme exemplificado na figura 2.

Foi neste cenário que a Gontijo Fundações entrou em campo…

Solução Gontijo

A solução que o cliente trouxe, em estacas metálicas cravadas, trazia consigo muitos riscos. Dessa forma, a Gontijo Fundações desaconselhou a adoção desta modalidade.

Como solução, foi aconselhada a utilização das ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA TANGENCIAIS. O seu uso permitiria uma execução segura nas divisas, além de reduzir, consideravelmente, tanto o custo como o tempo de execução.

De forma resumida, teríamos os seguintes benefícios:

Vantagens da utilização das ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA TANGENCIAIS:

• Utilização máxima do terreno: As helicoides do trado da hélice praticamente tangenciam os muros de divisa, ou seja, sem perdas de área atrás das estacas (ver figura 3). Isso garante que todas as vagas de garagem do subsolo sejam asseguradas.

• Elevada produção de execução: No mínimo 180 metros de perfuração diários para a contenção e 200 metros de perfuração diários para a fundação, garantindo o cumprimento do cronograma executivo da obra que, segundo o cliente, seria de 30 dias para a execução da contenção e mais 30 dias para a execução da fundação.

• Ausência de vibração: Os grandes desafios da execução dessa contenção eram:

1) O impacto que poderia trazer aos muros precários dos vizinhos.

2) A missão de conter seis metros, sem vibrar a estrutura da piscina de mergulho à montante, garantindo estabilidade para a obra e vizinhança.

Utilizando as ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA TANGENCIAIS, a vibração seria mínima, tais quais os riscos.

Eliminação das vigas alavancas: A solução que a Gontijo Fundações ofereceu também permitia que praticamente todos os pilares de divisa fossem absorvidos pela própria contenção (ver figura 5). A eliminação das vigas alavancas, bem como das fundações desses pilares de divisa e de seus respectivos blocos de coroamento, em conjunto, resultaria em economia e rapidez, incríveis, na execução.

As profundidades das estacas iriam variar conforme a altura do empuxo (altura do balanço) e também conforme as cargas verticais, uma vez que as estacas precisariam ter capacidade de carga suficiente para receberem cada um de seus esforços. Cada estaca foi avaliada e condicionou-se uma profundidade variada, garantindo o máximo de economia possível, tanto para o concreto como para o custo de perfuração.

A figura 6 representa um gradil que demonstra essa variação de profundidade das estacas.

Apenas o Pilar P15, por ter uma grande carga vertical e esforços de momentos elevados, precisou ser alavancado, conforme a figura 7.

Planejamento executivo

Concepção aprovada, projeto desenvolvido e aprovado pela arquitetura. Estamos prontos para entrar em campo? Nada disso!

Para garantir a plena execução, era necessário avaliar interferências do subsolo no perímetro. Dá uma olhada no que precisávamos fazer para que tudo desse certo na execução. Veja a importância de ter um planejamento executivo desde o projeto.

Após todo o processo de desobstrução dessas interferências no subsolo, foi feito o reaterro, para que a máquina pudesse tangenciar as divisas na perfuração.

As perfurações também não poderiam ser de qualquer jeito. Em todas as etapas havia o planejamento! Era necessário pensar no plano de ataque, pois existe um afastamento recomendado para a execução de estacas adjacentes (vamos tratar desse assunto em tópicos futuros em nosso blog, fica a dica ?) além de termos diâmetros diferentes na contenção também

Gontijo Fundações em campo

Concreto chegando, bomba em campo e a hélice contínua a pleno vapor já posicionada. Tudo preparado para começar a perfuração, e tudo fluindo conforme o planejado. Antecipamos todas as interferências, traçamos o plano de ataque e, como usual, o executamos com Excelência e Disciplina Militar. Com uma equipe exemplar, a contenção foi executada com sucesso, superando todas as expectativas do cliente. Com o tempo de cura do concreto das estacas já esperado, as vigas de coroamento (vigas de equalização) começaram a compor o belíssimo canteiro de obras. Em seguida, o corte do rebaixamento de solo começou e as estacas ficaram visíveis (ver figuras 15 e 16).

Lembra do Pilar P15, que precisou ser alavancado? É claro que a gente não ia deixar de mostrá-lo. O trecho próximo a esse pilar ficou contido e seguro, e o espaçamento garantido para posterior verticalização após a execução de sua fundação (ver figuras 17 e 18).

Corte finalizado! Tudo preparado para a perfuratriz retornar ao canteiro de obras e começar a etapa de fundação. O canteiro, já totalmente contido e os subsolos aparecendo. Equipamento a pleno vapor novamente!

Então, vamos recapitular:

• O tempo estimado pelo cliente para o término da contenção e da fundação: 60 dias (não considerando corte, nem as vigas de coroamento)

• Duração da obra total, com todas as estacas de contenção e fundação já feitas, com os cortes e a realização das vigas de coroamento: 43 dias.

Em pouco mais de 60 dias, tanto a contenção complexa como a fundação, já haviam sido concluídas, e uma das lajes já estava sendo concretada, sem maiores problemas ou percalços.

Uma execução em Hélice Contínua Monitorada não precisa ser sinônimo de dor de cabeça. Com boa técnica e, principalmente, experiência da empresa executora no planejamento executivo, é possível remediar imprevistos e superar expectativas em qualidade e prazo de entrega. É com muita humildade e busca contínua por excelência, que a Gontijo Fundações, em seus 57 anos de história, concluiu, com sucesso, mais de 21.000 de obras de fundações especiais e contenções em território brasileiro.

Acompanhe o nosso blog para mais estudos de caso similares.

Gontijo Fundações, excelência em fundações desde 1965.

Autor: Diogo Bechler