Pré Obra: Como se preparar para iniciar uma obra em Hélice Contínua Monitorada

Pré Obra: Como se preparar para iniciar uma obra em Hélice Contínua Monitorada

As perfuratrizes de grande porte exigem condições específicas para o canteiro de obras e uma logística muito bem planejada. Para assegurar que todas essas necessidades sejam atendidas, é feito o pré-obra. Trata-se de uma visita entre o executor de fundações e o cliente, antes da mobilização do equipamento, em que são abordados todos os itens técnicos.

Afinal, como se preparar para iniciar uma obra em Hélice Contínua Monitorada?

Acesso

O trajeto que o equipamento fará até a obra sobre a prancha é avaliado em:

a) Interferências aéreas devem estar a no mínimo 5,0 m de altura (viadutos, fiações, iluminação, vegetação, entre outros);

b) Rotatórias, curvas, largura e inclinação de ruas devem ser consideradas. O motorista da transportadora deve ser consultado em caso de dúvidas;

c) A largura mínima livre da entrada da obra deve ser, para hélices tangenciais compactas e médias, de 3,50 metros. Para hélices contínuas de maior porte, 4,0 metros.

d) A altura mínima livre da entrada da obra deve ser, para hélices tangenciais compactas e médias, de 3,50 metros. Para hélices contínuas de maior porte, 4,50 metros.

e) Em obras dos equipamentos de maior porte o uso do munck durante a montagem é obrigatório. Para os outros equipamentos, a utilização do munck não é obrigatória, mas pode ser necessária para transporte de trados e outras peças. Sendo assim, em todas as obras é necessário validar a entrada do veículo.

f) Restrição de tráfego: as leis da região devem ser verificadas, relacionadas ao horário do tráfego, tipo de veículo e ruas com restrições.

g) Rampas: devem ter no máximo 20 graus de inclinação para movimentação do equipamento desmontado sobre a própria esteira.

Canteiro de obras

O platô para trabalho do equipamento deve estar nivelado, limpo e desimpedido para acesso às estacas.

As dimensões mínimas para movimentação do equipamento devem ser avaliadas, considerando o posicionamento das estacas, o modelo do equipamento e as manobras necessárias.

O solo deve possuir capacidade de carga superficial suficiente para suportar o equipamento com segurança. Caso não haja, devem ser propostas soluções ao cliente para viabilizar a execução das estacas, que podem ser:

a) Raspagem de camada superficial saturada;

b) Camada de brita coberta por camada de pó de pedra, fundo de pedreira ou bica corrida;

c) Drenos;

d) Estrado de eucaliptos;

e) Bombeamento de água;

f) Construção de valas.

Os tratamentos de solo devem ser definidos pelo engenheiro, considerando a situação específica de cada obra.

O responsável pelo pré-obra deve investigar com o cliente a existência de fossas, galerias, cisternas, tubulações, entre outros. Caso exista, as estacas devem ser realocadas ou a estrutura existente retirada/aterrada.

Também deve ser investigada a existência de rede elétrica subterrânea. É expressamente proibida a execução de estacas em locais em que haja rede elétrica subterrânea. A rede deve ser retirada ou deve ser garantido que esteja desativada.

Interferências

Além de garantir o acesso do equipamento às estacas, avaliando o platô e o solo, as interferências aéreas devem ser avaliadas.

Deve-se garantir o acesso do equipamento a todas as estacas, considerando o tamanho da torre e da caixa rotativa. Telhados, calhas, árvores, estruturas instaladas na divisa etc., não podem impedir a execução das estacas.

Caso haja algum impedimento que não possa ser alterado, deve ser informado ao cliente e ao setor comercial da Gontijo Fundações, para que seja avaliada alguma alternativa, como: vigas alavancas, relocação de estacas, entre outros.

Locação de estacas

Todas as estacas devem ser locadas e embocadas. O embocamento consiste na abertura no diâmetro da estaca, conforme figura 1, com 20cm a 40cm de profundidade, e preenchimento com areia.

Figura 1 – Embocamento

Fonte: Acervo da Gontijo Fundações (2022)

Este procedimento evita a perda da locação das estacas e minimiza o risco de excentricidades.

Armação

As armações devem ser conferidas com o projeto. O cobrimento definido pela NBR 6122:2022 é de 7,5 cm e deve ser verificado no pré-obra.

As pontas das armações devem estar afuniladas.

Deve ser indicado o uso espaçadores do tipo rolete com 10cm de diâmetro, conforme figura 2, na quantidade de 3 unidades a cada 2 metros de armação.

Figura 2 – Espaçadores tipo rolete

Fonte: Acervo da Gontijo Fundações (2022)

A quantidade de armações prontas e disponíveis em obra devem ser suficientes para a não interrupção da produção.

Concreto

O traço do concreto deve ser conferido com o projeto e alinhado com o cliente, estando de acordo com o definido na NBR 6122:2022. A indicação do uso de aditivos pode ser feita pelo engenheiro responsável pelo pré-obra, considerando a complexidade das armações, profundidade das estacas e distância da concreteira até a obra.

A bomba de concreto deve ser do tipo estacionária, e a potência deve ser definida pelo engenheiro responsável pelo pré-obra considerando diâmetro das estacas e profundidade.

A obra deve disponibilizar cimento e areia diariamente para lubrificação da bomba e dos mangotes.

Estrutura de apoio

Toda obra deve possuir condições mínimas de salubridade para trabalho da equipe de campo, que são: fornecimento de água potável, banheiro e local para refeições.

Para a limpeza das estacas e do canteiro de obras, ajudantes e retroescavadeira são essenciais. Ponto de água para lavagem da tubulação do equipamento deve ser disponibilizado todos os dias.

A logística de abastecimento de diesel dos equipamentos também deve ser bem planejada para não haver interrupções.

Então, pode-se notar que executar uma obra de fundação em hélice contínua monitorada exige condições específicas de trabalho que envolvem muito planejamento. Assim, o pré-obra é de extrema importância para garantir uma mobilização eficiente, com segurança e uma produção contínua.

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